É Carnaval e
as avenidas estão tomadas de gente a pé misturadas aos carros, é proibido
buzinar para não espantar a alegria fantasiosa das pessoas festeiras. É proibido
igualmente ficar alheio a toda essa fartura carnal. É proibido não querer. Sorria
mesmo que o sorriso tenha prazo de validade, mesmo que lá no fundo a sua festa
seja superficial, momentânea, não tenha medo da vida, ela é assim, poucos são
os momentos ditos reais, na maioria das vezes são as efemeridades que nos
conferem a felicidade.
São dias de
festa, quatro ou mais, depende da região, quando a cara feia é somente a estampa
na máscara, é humanamente proibido o azedume ou a falta de espírito carnavalesco.
É Carnaval, poucas
pessoas estão dispostas a fugir das festividades da época e em contrapartida investir
em intelectualidade, aproveitando esse tempo também para estudar, para colocar
as coisas em ordem. Ler aquele livro
esquecido num canto qualquer, marcado com promessas de um dia, é uma ótima
pedida. Organizar as gavetas separando o que não mais se quer, pensando no
outro que mal sabe o que é Carnaval, aguça o espirito de solidariedade, você se
torna uma pessoa melhor.
Para a maioria, fala mais alto o apelo da
carne, a diversão ou o afundamento em baldes de cachaça, pois a inocente bebida
resolverá todos os problemas criados ao longo do ano, fosse qual fossem eles e
suas naturezas. São elas, as bebidas, também o elixir que impulsionam os
mecanismos adormecidos no ser humano e que levam toda a culpa nos dias
festivos. Os exageros tornam-se prática. Por mais que as campanhas de prevenção
contra doenças estejam à disposição, quando se quer fugir das convenções,
chutamos o balde, o pau da barraca e mergulhamos no insano. Depois, é depois.
Na festa nem
sempre há os desastrosos relacionamentos, alguns até tornam-se eternos, fazem
nascer naquelas pessoas o melhor que elas possuem. O amor que era apenas
promessa, torna-se o carro alegórico da eternidade.
Que bom existem
os refúgios, os retiros, os iguais que tão somente querem e permitem-se o
aparte. Os seres refugiados deleitam-se em cenários deslumbrantes que o mundo os
oferece. Eles vão sozinhos, em bando, em família, carregam barracas, comida,
crianças e a promessa de dias saudáveis.
O Brasil é um
país cujas opções paradisíacas não deixam a desejar, sua fauna e flora ainda
deslumbram olhos alheios às nossas terras e embora muitos ainda pensem que
somos meros selvagens e somos quando nos colocamos mediante o quadro das
belezas, nos comportamos civilizadamente quais crianças mediante cachoeiras,
descampados e brincamos igualmente, como se o tempo retrocedesse.
Por essas
iguarias naturais, pelo poder de estarmos nesses lugares é que amamos o
Carnaval, também.
Se você é um
adepto da festa chamada Carnaval, brinque, solte os seus bichos, liberte-os da
prisão que é a rotina, grite-os ao mundo, pois outra só o ano que vem.
Um forte abraço
a todos, um bom Carnaval!
Por: Ana Cristina da Costa.
Imagem extraída do Pixabay
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