quarta-feira, 9 de setembro de 2020

{4ª Poética} Dubiedades - Camila prado




#Pratodosverem. 
Sobre fundo preto, uma imagem circular dividida ao meio, à esquerda o rosto de uma mulher e à direita de um leão, ambos tem olhos amarelos brilhantes.  No canto inferior esquerdo escrito em branco: "É preciso ser fera, sem perder a doçura!".







Dúbia, incompreensível, sei que sou.

Meu esconderijo sou eu:

Esculpida em dores,

Residente no edifício das solidões...

Anfíbio, ambíguo, longe do que se espera.

Meu anonimato é um muro.

Cercada estou pelas mazelas da vida...

Impossível condensar-me!

Sou paz e bonança;

Tenho dias de ventania e tempestade;

Sou essência da terra, fera medrosa, sou pedaço de sonho de alguém...

Comum!

Simplesmente complicada!

Sou esse furacão terrivel, sou esse dia de vento ausente e ar quente...

Profundamente estranha!

Vivaz, mórbida, alucinada...

Menina que sonha, mulher devastada...

Ser humano que exala paixão,

Subjugada à própria escravidão...

Pertenço às linhas que não foram escritas, 

Sou viajante, aspirante, vivente, entregue à sorte.

Sou simples, comum, normal...

Alguém...

As pedras são as dificuldades que me preparam para o extraordinário.

O novo, que chega, o velho que vai...

E as somas que unem e as divisões se desfazem...

Viver é sangrar, viver é sonhar,

Melhor é morrer, do que passear pelos longos dias e nao saber oque é apreciar!




(Camila prado)

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