A pergunta não é sobre o que levo e sim sobre o que deixarei.
Tenho falado em demasia sobre o quão efêmera é a vida, o
quão são breves os momentos que nos cercam, podendo até configurar um assunto
redundante e estafante, mas é que devemos discursar sobre o que nos cerca, do
contrário não estaremos mais aqui.
Perdi nesta semana um
amigo, escritor, diretor, uma pessoa que não media esforços, em consequência,
envolvia alguns atores em suas tramas.
A periferia não foi para ele um obstáculo, haja vista
soubemos por seu irmão no dia do enterro, ele foi o seu primeiro ator e
espectador, pois Sandro nasceu com sua alma comprometida e iluminada pelos
refletores. O irmão era sumariamente convocado a assistir o espetáculo,
trancado no quarto, onde o ator representava os inúmeros personagens existentes
na novela, sem distinção.
A desenvoltura, o desprendimento em se colocar diante do
público, desnudar-se, é um momento único, ele não pode ser repetido e deve ser
feito com a máxima certeza de que não será esquecido.
Autor de seis filmes concluídos e um em andamento, o Diretor
foi contracenar no céu onde o palco está repleto. Talvez seja para ele o
momento de glória, o descanso tão esperado, já que sua vida terrena foi pautada
em tanto sofrimento. Não, aqui não será o lugar para detalhar as tristezas,
será o momento da homenagem.
Os Dois Lados, A Droga de Querer 01 e 02, A História Que
Ninguém Contou, Livre Arbítrio, Por Um Minuto, Diário Urbano, esse é o seu
legado e nós temos a incumbência de preservá-lo, vá em paz, guerreiro,
descanse.
Por: Ana Cristina da Costa
Imagem pessoal.
Indicação de filme: https://www.youtube.com/watch?v=oVK5UAh2Am8
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