O poeta das coisas simples
"- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo!
Eu creio em Deus! Deus é um absurdo!
Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta."
Mário Quintana
Eu creio em Deus! Deus é um absurdo!
Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta."
Mário Quintana
Conhecido como o “poeta das coisas simples”, o escritor possuía um estilo marcado pela ironia, perfeição técnica e profundidade.
Houve um tempo em que Mário Quintana ficou sem ter onde morar. Foi quando o expulsaram do hotel Magestic, no centro de Porto Alegre. Foi despejado, uma vez que o jornal onde trabalhava (Correio do Povo) tinha ido à falência. O poeta saiu e o hotel se transformou, ironicamente, na famosa "Casa de Cultura Mário Quintana".
Às vezes, com sua voz trêmula, ele faz pausas para se lembrar de palavras, coordenar frases. A gente tem a impressão que está se gastando em poesia. Poesia que ainda escreve diariamente, como se tivesse pressa, ou como se quisesse aprender sempre.
"Eu sou um eterno aprendiz de poeta e nunca soube fazer outra coisa na vida... No quarto ano do colégio, eu fui reprovado porque só estudava Português, Francês e História. O resto eu nem abria. Então meu pai me fez trabalhar na sua farmácia como prático. Depois de cinco anos fui fazer o que mais queria, trabalhar como jornalista no Jornal O Estado do Rio Grande".
E Mário fugia de tudo para perseguir a poesia. Publicou seu primeiro livro aos 34 anos, apesar de fazer versos desde menino. Desde então tem mantido a média de dois ou mais livros por ano. Este ano deverá publicar: "Da preguiça como método de trabalho" e "Preparativos para viagens".
Acabamos a entrevista, os papos se alongaram... já íamos sair quando o poeta nos mostrou um segredo: um painel de fotografias de Bruna Lombardi na porta do seu quarto (lado de dentro, lógico!). Confessou que não fica muito à vontade quando lhe pedem, freqüentemente, para falar de sua relação com a atriz:
"Que coisa chata, como é que eu vou explicar uma amizade? Acho também que a amizade é um tipo de amor que não acaba nunca".
[Entrevista concedida à: Joana Belarmino e Lau Siqueira em 16 de janeiro de 1987]
O primeiro livro foi publicado quando Mário tinha 34 anos, embora já fizesse versos desde pequeno.Dentre tantas obras, as de maior destaque são: Canções, 1945; O Aprendiz de Feiticeiro, 1950; Quintares, 1976; O Baú de Espantos, 1986; dentre outros. Lança seu primeiro livro de poesias, A Rua dos Cataventos, em 1940. Assim, tem início sua carreira de poeta, escritor e autor infantil.
Uma de suas conquistas foi a publicação de Antologia Poética, no ano de 1966, com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus sessenta anos de idade.
Escreveu Quintana:
"Amigos não consultem os relógios quando um dia me for de vossas vidas... Porque o tempo é uma invenção da morte: não o conhece a vida - a verdadeira - em que basta um momento de poesia para nos dar a eternidade inteira".
Mariane Helena.
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