O Espaço, o Infinito, a fronteira
final. O fascínio que assombra. O negro e silencioso universo... Em foco o Espaço Sideral e não a
Nave Espacial. É o que vemos no clássico “2001, uma odisseia no espaço”, e
nessa incrível novidade: BLACK SILENCE
Há spoilers de 2001, ainda que
enigmáticos e leves spoilers de Black Silence, ainda que atmosféricos.
Mary Cagnin nos presenteia com
Black Silence, uma HQ nacional de ficção científica, em um futuro onde pouco
resta de futuro para nosso planeta. a única fagulha de esperança é
a colonização espacial, num universo ainda pouco explorado. Se a esperança é a
luz, o Espaço é Escuridão, o negro e silencioso infinito promove o fascínio,
mas promove também a angustia. a irônica clautrofobia do Vazio.
2001
abrange da aurora do homem ao seu limite transcende. Mas não me cabe aqui falar
da aurora do homem, ou do computador como vilão, nesse clássico já tão bem
explorado. Em 2001, a Humanidade ainda não se percebeu ameaçada por um Monolito
encontrado na lua. Uma grande pedra negra, retangular, com proporções
semelhantes as da tela de cinema, porém na vertical. O Monolito está lá
imponente, parece ter consciencia de si. Talvez ele exista antes da vida, uma
fantasmagoria do Universo. Negro e Silencioso.
Enquanto
2001, faz uma escolha pouco narrativa e bastante sensorial, carregado de
símbolos absorvidos no subjetivo do nosso sub consciente, Black Silence nos
traz personagens densos, carregados de passado e palavras, mas sem perder a
densidade sem palavras do espaço. Ubuntu Neesrin, a comandante da expedição
espacial, pragmática, calada, endurecida pela vida, com um forte senso de
responsabilidade, inspira admiração e medo em sua tripulação. A vastidão do
universo é seu espelho, negra e silenciosa, uma fortaleza. Bem como o Monolito
de 2001, que na sua total ausência de sentido, é carregado de sensações
sublimes, transcendentes, assombrosas. O Silencio ensurdece, o espaço enlouquece.
David Bowman, o astronauta lançado ao espaço em 2001, sofre a transcendência
física, mudando radicalmente o sentido de sua existência. Assombroso, porém
sublime.
Em
Black Silence, o medo do desconhecido e mais racional, mas não menos, digamos,
atmosférico, pois a terra está no seu limite, não apenas de recursos naturais,
mas no limite dos nervos, do indizível. O limite é enlouquecedor e por isso
transcendente. É o paradoxo do silêncio que diz muito, num sufocamento físico e
mental.
Uma
conclusão? É difícil chegar. 2001 de Kubkick e seu monólito carregam mil
análises de significado, como um ser divino ou criação de uma raça incorpórea...
Black Silence é novo e está plenamente aberto à explorações. Então eu convido,
surpreenda-se, mergulhe no silêncio, mergulhe na escuridão.
Black
Silence foi financiado no Catarse e você pode pedir nesse LINK
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