quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

[2ª Estante] (Diversidade Literária - 06/03/17) Romantismo em Portugal (Revelações Burguesas) - Marivalda Paticcié

 Romantismo em Portugal.

1- Introdução.
Em meados do século XVII, novas transformações começaram a delinear-se na mentalidade do homem na época, que já se mostrava descontente com as formas e os temas explorados no Neoclassicismo. A "imaginação" começa a predominar sobre a "razão"; a sensibilidade espontânea, o entusiasmo, o emocional procuram tomar vulto em detrimento das manifestações contidas, na medida cultivada pelo pensamento iluminista. O espírito clássico, a obediência as regras e à razão entram em crise e surge um novo movimento literário, originado na Inglaterra, com destaque para Lord Byron. Logo depois foi divulgado e através da França alcançou os demais países.

2- Origens.
A ascensão da burguesia européia é um processo que se inicia com o Mercantilismo, nos séculos XVI e XVII, passando pela Revolução Inglesa, de 1988, pela Independência Americana, de 1776, e atingindo o seu momento culminante na Revolução Francesa, de 1789. Um novo sentido de vida, baseado na livre iniciativa, exalta a audácia, a competência e os méritos pessoais de cada indivíduo, independentemente de seus títulos e seus antepassados. A era do Liberalismo está em auge e com ela um conjunto notável de mudanças na história do Ocidente.

3- A liberdade de expressão.
O primeiro efeito favorável da vitória burguesa para a literatura reside no artigo onze da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão: "A livre comunicação dos pensamentos e opiniões é um dos direitos mais preciosos do homem; todo cidadão pode portanto falar, escrever, imprimir livremente."

4- Surgimento.
Nas últimas décadas do século XVIII,  o Romantismo já está mais ou menos anunciado pelas obras do filósofo Rosseau, especialmente por sua teoria do "bom selvagem", e pelo movimento Sturm und Drang, (Tempestade e Ímpeto), constituído, nos anos de 1770, por jovens alemães, que valorizamo folclórico, o nacional e o popular em oposição ao universalismo clássico.

5- Consolidação.
O termo romântico figura desde  o início do século XVIII, no vocabulário francês com o valor de romantesco, isto é, referente ao gênero narrativo chamado romance. No entanto, a partir de 1780, as palavras romantesco de (romance) e romântico (aplicado á paisagens e estados de espírito) se separa nitidamente. Já o termo Romantismo (  que indica período artístico, com o sentido de anticlássico), importante frisar que o Romantismo não é um movimento exclusivamente literário. Suas manifestações, dão-se também em larga escala na música de Beethoven e sua intensa monumentalidade; de Tchaikovsky, mestre da melodia e da angústia romântica ; e de compositores que buscaram raízes nacionais e populares.

6- O Estilo Romântico
Estilisticamente, o Romantismo apresenta alguns princípios elementares:
  • A expressão artística ( a exemplo da temática) é um processo resolvido  mais pela inspiração do que pela pesquisa formal.
  • Na poesia, há grande variedade métrica, de ritmos e de rimas, indicando a liberdade de composição que os autores experimentam.
  • O uso intenso de adjetivos, em função de sua força expressiva e de seu poder de qualificar uma numerosa gama de sentimentos. Os adjetivos segundo os românticos, ampliam no máximo a conotação emotiva das palavras, fixando tonalidades e nuanças da natureza e das paixões humanas.Com o tempo, alguns desses vocábulos tornam-se verdadeiros lugares comuns: doce, cálido, mimoso, infeliz, fatal, puro, cândido, celestial, etc.
  • A frequente utilização de metáforas, hipérboles e outras figuras tanto na poesia quanto na prosa e no campo simbólico, predominam imagens extraídas de fenômenos naturais, normalmente grandiosos: florestas,correntezas, tempestades, tufões, etc.
7-  Romantismo em Portugal
A Revolução Francesa teve repercussão em toda a Europa, em Portugal a crise monárquica agravou-se com a tomada do país por Napoleão e a transferência da família real para o Brasil. Toda essa situação colocou o país em grande crise. 
Os primeiros anos do Romantismo em Portugal coincidem com as lutas civis entre  liberais e conservadores, acirrando-se após D. Pedro I abdicar do trono brasileiro e engajar-se na luta pelo trono português. Nesse país, o movimento só amadureceu após 1825, com a estabilização política.


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