A luta em prol da escrita
Já que é preciso aceitar a vida, que seja então corajosamente.
(Lygia Fagundes Telles)
Lygia Fagundes Telles, nascida em São Paulo (19 de abril de 1923) contista e romancista. galardoada com o Prêmio Camões em 2005.
É membro da Academia Paulista de Letras desde 1982, da Academia Brasileira de Letras desde 1985 e da Academia das Ciências de Lisboa desde 1987.
Lygia figura entre nossos melhores escritores da Literatura brasileira. Sua estreia oficial no universo das letras aconteceu no ano de 1944, com a publicação do livro de contos Praia Viva. Sempre presente nas rodas literárias e atenta aos acontecimentos políticos, Lygia foi uma mulher de vanguarda, representando o perfil feminino das décadas de 50 e 60. Cronologicamente, foi ligada à geração de 45, ao lado de nomes como Rubem Braga, Dalton Trevisan, Carlos Heitor Cony e Clarice Lispector.
Lygia sempre considerou a escrita como um luta, em uma de suas entrevistas diz:
"Defino o ato de escrever como uma luta.
Uma luta que pode ser vã,como disse o poeta, mas que lhe toma a manhã.
E a tarde. Até a noite. Luta requer paciência. Humildade. Humor.
Isso requer amor- o amor e a piedade que o escritor deve ter no coração."
Ficou conhecida em todo o mundo com os livros "Ciranda de Pedra" e "As Meninas". Com mais de 90 anos de história, tenho certeza que há algumas curiosidades sobre a autora que você provavelmente não sabe.
1. Escritora mirim!
Lygia começou escrevendo quando ainda era criança, e aos oito anos já anotava no seu bloco de notas os contos que saiam da sua imaginação e que partilharia nas reuniões familiares. Os seus primeiros contos, Porão e Sobrado, foram publicados quando a autora tinha apenas 15 anos, com a ajuda de seu pai, seu maior apoiante.
2. Literatura e adaptação para o cinema
Lygia não se consagrou apenas na literatura. A autora também fez a adaptação para o cinema de Dom Casmurro, romance de Machado de Assis, numa produção do cineasta Paulo César Saraceni. O filme tem o nome de Capitu, nome da personagem principal da trama.
3. Reconhecida internacionalmente
Acha que Lygia Fagundes Telles é apenas reconhecida no Brasil? Então vai ficar surpreso quando souber que, além de ter vencido o prêmio Jabuti em 1966, 1974 e 2001, a autora foi também galardoada na França com o Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros, pelo seu livro de contos Antes do Baile e ganhou o prêmio Camões em 2005, o prêmio mais importante da literatura portuguesa. Em 2016 foi indicada para o Prêmio Nobel da Literatura pela União Brasileira de Escritores (UBE), que apresentou o seu nome à Academia Sueca, tendo sido eleita por unanimidade pelos seus membros. Suas obras estão ainda presentes em vários países, tendo sido traduzidas para o alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, polonês, sueco e tcheco.
4. Primeira autora brasileira indicada para o Nobel
Com a indicação em 2016 para o prêmio Nobel da Literatura, aos 92 anos Lygia Fagundes Telles é a primeira mulher brasileira a ser indicada para este famoso prêmio internacional.
5. Apelo aos jovens leitores
Apesar dos seus 92 anos Lygia continua a participar nas reuniões da Academia Paulista de Letras para não perder o contato com outros escritores e acadêmicos. Numa das suas últimas homenagens públicas, a autora declarou que nas suas obras “queria mostrar que a mulher, no Brasil, não precisava ser rainha do lar. Queria dizer que ela pode segurar a tocha da coragem e do desejo de mostrar a igualdade entre homens e mulheres.”
Ao longo da vida foram: 4 romances, 21 livros contos, 7 antologias e dezenas de traduções e adaptações. com seu talento conquistou (em vida) inúmeros prêmios, os principais são:
Prêmios
- Prêmio do Instituto Nacional do Livro (1958)
- Prêmio Guimarães Rosa (1972)
- Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras (1973)
- Prêmio Pedro Nava, de Melhor Livro do Ano (1989)
- Melhor livro de contos, Biblioteca Nacional
- Prêmio APLUB de Literatura
- Prêmio Bunge (2005)
- Prêmio Jabuti
- Prêmio Camões (2005)
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